Oh! Que horizonte belo
De se refletir
Outro dia me disseram
Que o amor nasceu aqui
Saio detrás do Sol
Com um jeito de guri
Tanto o novo como o leve
O amor nasceu aqui
Ponta d'Areia, Olho d'Água e Araçagi
Mesmo estando na Raposa
Eu sempre vou ouvir
A natureza me falando
Que o amor nasceu aqui
Oh que ilha inexata
Quando toca o coração
Eu te toco
E tu me tocas
Cá nas cordas do violão
E se um dia eu for embora
Pra bem longe desse chão
Eu jamais te esquecerei
São Luís do Maranhão
Poema: Canção sem rima para uma ilha
Sou velha e moça ao mesmo tempo
Pois nasci ontem e continuo hoje
Tão bela como uma estrela
Fui descoberta por portugueses
Franceses dominaram meu coração
E hoje pertenço integralmente a brasileiros
Canhões antigos cantam hinos de glória
Nas minhas praias mescladas de cinza e azul
As minhas igrejas entoam hosanas seculares
E dos seus musgos escorrem aleluias de um passado
Que será perpétuo e que será perene
Ainda há nas minhas ruas a musicalidade dos bondes
Arrastados por burricos sonolentos e tardos
Nas noites de Lua cheia passeiam lendas pelas minhas calçadas
Subindo e descendo as minhas ladeiras
Eu sou o passado em harmonia com o presente
Eu sou a tradição em luta com os costumes modernos
Eu sou o país dos azulejos, a catedral dos vitrais
A cidade dos sonhos, o reinado da poesia
Eu me chamo São Luís!